Arrebatamento do Poeta
Demônios voltem para o submundo,
O lar de Hades é teu destino,
Desprenda-te, força repulsiva, das costas do poeta mor,
Jaz a coragem do poeta, mártir do seu povo?
O artesão já talha em cipreste teu ataúde?
O óleo de Nardo
Da extrema unção
Já escore entre os dedos da mão.
Acorda poeta!
Liberta a palavra,
Dê forma ao poema.
Que chegue o bardo e seus versos,
Pro mundo ficar inquieto.
Chama teu menestrel,
Desvenda teu verbo.
Desgarra e expulsa os demônios do corpo,
E os mande bem longe,
Para os mares de fogo de Hades.
Revele em palavras,
Enigmas de oráculo.
Bebei no seu cálice rimas,
E se faça viver.
Teu juízo não é o final...
Abrace hypnos, com devoção,
Revele-se em versos,
Lapida palavras,
E se faça viver...
Marcos Sousa Da Série: "Versos Profanos"
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