sexta-feira, 17 de maio de 2019

A.R.R.E.B.A.T.A.M.E.N.T.O D.O P.O.E.T.A




Arrebatamento do Poeta

Demônios voltem para o submundo,
O lar de Hades é teu destino,
Desprenda-te, força repulsiva, das costas do poeta mor,

Jaz a coragem do poeta, mártir do seu povo?

O artesão já talha em cipreste teu ataúde?

O óleo de Nardo
Da extrema unção 
Já escore entre os dedos da mão.

Acorda poeta!
Liberta a palavra,
Dê forma ao poema.

Que chegue o bardo e seus versos,
Pro mundo ficar inquieto.
Chama teu menestrel, 
Desvenda teu verbo.

Desgarra e expulsa os demônios do corpo,
E os mande bem longe, 
Para os mares de fogo de Hades.

Revele em palavras,
Enigmas de oráculo.
Bebei no seu cálice rimas, 
E se faça viver.

Teu juízo não é o final...
Abrace hypnos, com devoção,

Revele-se em versos,
Lapida palavras,
E se faça viver...



Marcos Sousa Da Série: "Versos Profanos"

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