Cheiro de Tangerina no Ar
Perdi o tempo do tempo
Dez ou mais anos de espera
Longa espera...
Enfim, o tempo chegou...
Regando,
Podando,
Limpando das ervas daninhas,
Adubando e
conversando...
Sim, conversa ao "pé do ouvido",
baixinho, a esperar por uma boa resposta
Finalmente... nasceu, nasceu, nasceu...
O tempo acelerou que nem vi florescer
Tem tangerina no meu quintal
Tem cheiro de tangerina no meu pomar
Semente cultivada e regada
Por longos anos esperados
Diante de um olhar atento
Cuidando e esperando.
Folhas viçosas
Tronco frondoso
Galhos esguios
Espinhos de flechas
Raízes em estacas
Sombra gentil
Até o fruto nascer teve outras serventias
Abrigou ninho de passarinhos
Hospedou casulos de mariposas e borboletas
Recebeu pouso de bem-ti-vi e beija flores
Foi repouso de abelhas em busca nécta
Acolheu lagartas, lagartixas e até pararamas.
Flores esperadas sem ser vista
Instante da graça perdido
Inesperado em manhã ensolarada
Fruto desejado veio a luz
Não era um e nem dois,
Perdi as contas...
Eram seis, oito, dez ou mais
Ainda verdes,
Camufladas sob as folhas
Êxtase, frisson tudo em emoção
O tempo da colheita chegou
Cheiro de tangerina no ar.
Aroma doce de amor
Espalhado em meu quintal.
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