terça-feira, 16 de abril de 2019

A.R.O.M.A D.E C.A.F.É


Aroma de Café

Cheiro de café sinto no ar.
Ainda é cedo. chove lá fora...
De olhos fechados, ouço gotas de água caindo no chão.
O corpo ainda não acordou.
Aroma de café me leva longe,
Num tempo em que eu tinha minha mãe.

Era jovem, muito jovem. Não era o que hoje sou...
Não conhecia labuta e as agruras do mundo,
Rebentos ainda não tinha.

Nas manhãs de outro tempo,
Cheiro de café invadia meu quarto
Forte aroma despertava meus sentidos,
Num tempo em que eu só estudava.

Cedo, mãos de minha mãe já labutavam.
Meu quarto ao lado da cozinha tudo ouvia.
Café em aroma me invadia.
Água da torneira caindo,
Ruídos de vidros ecoam.

Um fino estampido,
Ruídos sonoro tilintam,
Aliança sagrada em atrito com louças, copos e outros metais mais.

Todos os dias...
Fui criado assim...
Sem perceber tudo que recebi.

Hoje, adulto, viajo no tempo, memória, passado e presente.
Saúdo um tempo que ainda há em mim.

Que cheiro bom!
 Me ponho de pé
Afasto a cortina
lhe dou meu bom dia.

O que hoje eu queria?
O que ouvi todo dia,
Sem ter muita alegria,
Um pouco mais eu queria...

Aroma de café e a doce palavra “bom dia”.
“__Acordou bem na hora. O café tá na mesa...”

Ainda é cedo...
Gotas de chuva desprendem no ar.
O corpo no tempo ainda quer viajar.
Num tempo de um tempo
Que nunca mais vai chegar.

Saudade tem nome.
Aroma no ar.
Ainda é cedo.
Não sei bem a hora,
Silêncio e pensar.
Marcos Sousa


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